CRÍTICA - Justiça Jovem vol. 1, Aceitável, mas não o esperado.

Capa alternativa de Young Justice 4, por Dan Mora.
Fonte: Justiça Jovem vol. 1 (2020). 

Lançado pela Panini no dia 11 de Setembro de 2020, só comprei o encadernado com as primeiras 6 edições de Justiça Jovem (Young Justice) esses dias. Estava com uma expectativa para a aparição da Lanterna Nerd (ou Teen Lantern no original), primeiro porque sempre fico empolgado com um novo Lanterna humano, mais ainda quando é da América Latina. 

Tudo bem que a Keli Quintela, Boliviana da cidade de La Paz, não é uma Lanterna Verde convencional. Afinal o que ela fez foi hackear uma bateria de energia da Vontade, o combustível ecologicamente correto dos Lanternas Verdes. Detalhe que a criança tem apenas 9 11 anos. Infelizmente Quintela tem pouquíssimo espaço nas primeiras edições que estão nesse volume.

Consumi o encadernado com mais incômodo do que diversão. Para um reinício as coisas foram rápido demais. O clímax curto, quando parece que iniciou ele acaba.

O roteiro de Brian Michael Bendis está aceitável, ainda não consigo chamar de bom. Seus diálogos estão bons, mas em alguns momentos me incomodaram, menos os do Impulso, ele sempre está muito engraçado. A grande combinação de Brian Michael Bendis (roteiro) e Jamal Campbell (arte) talvez tenham sido a fórmula para tornar os diálogos de Naomi (outro quadrinho da DC lançado no Brasil recentemente) muito confortáveis e toda a história mais dinâmica e com movimento. 

Já em Justiça Jovem, somando Bendis (roteiro) mais Patrick Gleason e John Timms (ambos na arte), os diálogos rápidos me causaram mais atenção para que a arte parece sempre estar em ausência de movimento. Passagens muito abruptas de um quadro para o outro também geram desconforto e questionamentos de "Como isso aconteceu sendo que antes era isso aqui?". Nos quadrinhos antigos essa sensação não ocorrida por conta dos retângulos amarelos que explicavam o que se dava entre um quadrinho e outro, mas ninguém usa isso hoje em dia - seria mais confortável colocarem isso nessas edições.

A arte provocou uma sensação de que a história queria acabar logo. Parece que era apenas um prólogo sem importância, mas sempre afirmando "Você vai gostar do que está por vir". Mas eu queria gostar do que estava acontecendo...

O que gerou muito incômodo foram as diferenças nos desenhos de uma edição para outra - e as vezes de uma página para a outra! Em alguns momentos era necessário até voltar para ver se o personagem ainda era o mesmo ou entramos em uma dimensão paralela. O que ocorreu principalmente com Keli Quintela (em um momento ela parece ter cinco anos, em outro aparenta ter quinze), Ametista e Superboy. A Lanterna Quintela e Ametista deveriam ser os destaques, já que Quintela está em sua primeira aparição e Ametista reaparecendo depois de um tempo na geladeira. 

A edição brasileira está muito bem feita. A encadernação está mais bonita do que a da Naomi, usando aparentemente os mesmos papéis da capa e miolo com a diferença que apresenta leves relevos em alguns personagens. Tradução e edução por Rodrigo Oliveira, adaptação de Pedro Catarino e letras por Flávio Soares.

Só o que me influencia a comprar o volume 2 é saber que vai ter bem mais de Keli Quintela do que o volume 1. Mas se fosse depender do conteúdo desse volume para continuar lendo iria preferir ficar só nesse mesmo. Para concordar ou discordar comigo, só lendo.

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