Na época de Mestrado, cursei uma disciplina fora do meu Programa de Pós-Graduação. Deixei o ambiente da História para outro Departamento, mas ainda em Humanidades. Entre as discussões teóricas, em um Componente Curricular que desde o título pretendia discutir "Teoria" e "Sociedade", o tema que surgiu foi a Missão dos Estados Unidos da América na Lua.
Um dos colegas, da área da Geografia, manifestou sua descrença no fato de que "o homem pisou na Lua". Ele fazia referência à Missão Apollo 11 (Julho de 1969).
Eu tentei explicar sobre algumas coisas que confirmam o pouso da Apollo 11 em superfície lunar. Porém, mesmo assim ele manteve a descrença. O contexto da Guerra Fria o fazia ter certeza, sem margem para dúvidas, que os EUA forjaram tudo de forma cinematográfica. Entre seus argumentos, o colega utilizou uma clássica pergunta sobre o assunto: "Se foram lá mesmo, por que não voltaram mais?".
Essa pergunta, que é usada como uma retórica de convencimento, parte de um senso comum equivocado. Senso comum construído pela falta de divulgação de informações muito importantes sobre as explorações lunares. A principal delas é: a Apollo 11 não foi a única que teve sucesso em pousar na Lua.
Sim. Muitos não sabem disso, mas depois da Apollo 11 outras missões foram igualmente bem sucedidas. Cinco. Totalizando Seis missões tripuladas.
Depois da Apollo 11, as missões Apollo 12, Apollo 14, Apollo 15, Apollo 16 e Apollo 17 também levaram humanos e suas tecnologias até o nosso Satélite.
![]() |
Alan L. Bean em seus primeiros passos na Lua. Missão Apollo 12, Novembro de 1969. Fonte: www.nasa.gov |
Na imagem anterior, é possível ver um dos astronautas que fizeram parte da Missão Apollo 12. Alan Bean (piloto do módulo lunar), juntamente com Charles Conrad (comandante) e Richard F. Gordon (piloto do módulo de comando) formaram a tripulação na cápsula da Apollo 12, lançada pelo foguete Saturno V. O foguete decolou às 11h22 de 14 de novembro de 1969.
Durante o lançamento, o Saturno V foi atingido por um raio que afetou os comandos na cápsula. Porém, com a atuação do centro de controle, em Houston (especialmente do engenheiro John W. Aron), e do piloto Alan Bean, em poucos instantes tudo foi estabilizado.
No dia 19 de novembro, cinco dias depois do lançamento, a tripulação enfim pousou na superfície lunar. Na verdade, parte da tripulação. O piloto Gordon continuou em órbita do astro, no módulo de comando.
Assim como nas outras explorações, a equipe registrou imagens e coletou amostras que foram de fundamental importância para os estudos científicos sobre a Lua.
A Apollo 12 foi uma das missões que, além da pioneira Apollo 11, tiveram sucesso em aterrissar na grande rocha que enfeita o céu noturno do planeta Terra.
Os humanos continuam avançando em suas explorações.
Em breve veremos humanos pousando na Lua novamente. Mas não apenas isso. Também poderemos vislumbrar imagens de bases instaladas nesse satélite natural.
O Projeto Artemis, da Nasa, é o mais avançado - que sabemos - nesse planejamento. Entre os objetivos estão a criação de uma base sustentável para humanos na Lua. A China também já manifestou esse interesse para a próxima década.
Será que os descrentes no sucesso da Apollo 11 também irão duvidar das futuras bases lunares?
Dell, seu texto é um ótimo lembrete de como o negacionismo se alimenta, muitas vezes, da desinformação e não da ausência de fatos. A forma como você desmistifica a ideia de que “nunca mais voltaram à Lua” é precisa e didática. Mais do que um relato histórico, seu texto nos convida a refletir sobre o quanto ainda precisamos lutar para que o conhecimento científico circule de forma clara, acessível e crítica. Que venham as futuras missões e que, com elas, venha também mais informação e menos teoria da conspiração.
ResponderExcluirBeijinho
Fernanda!
Agradeço o comentário, Fernanda. E que muito em breve vejamos bases lunares de diferentes países ocupando e pesquisando a Lua e o espaço.
Excluir