Imagine uma estrutura enorme, algo entre um robô e uma escavadeira guiada, extraindo da superfície e coletando minérios preciosos. Mas o maquinário avançado não está ativo no planeta Terra, como é de se pensar para uma tecnologia dessas. Ele está à deriva. Cravado em um gigantesco asteroide que vaga pela escuridão do universo.
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Asteroide no espaço. Gerado por IA. |
Diferente do Mars Rover, que já anda pelo solo de Marte, essa estrutura de escavação ainda não está realizando seu trabalho no vasto vazio espacial. Talvez em um futuro próximo isso seja uma realidade frequente. Quem sabe canais na internet irão transmitir ao vivo esse tipo de procedimento.
Depende de alguns grandes avanços de equipamentos e de diminuição de custos. Porém, a mineração fora do planeta já é uma discussão séria nos campos de Tecnologia, Economia e até mesmo Geopolítica.
Recentemente, um asteroide em especial ganhou as manchetes: 16 Psyche.
Viajando pelo Cinturão Principal de asteroides, entre Marte e Júpiter, esse colosso - de mais de 200 quilômetros de diâmetro - é definido como asteroide tipo M. Isso significa que sua composição é predominante de material metálico.
A mídia em geral o divulgou quase como uma bola de ouro, mas a quantidade desse mineral ainda é especulação. Afinal, ele em sua maioria é composto de ferro e níquel.
Mas a possibilidade de encontrar nele, ou em outros, grandes quantidades de Ouro, Cobalto, Platina e outros metais, é muito real.
Com o conhecimento de que as reservas terrestres de minérios são limitadas, é importante imaginar e construir possibilidades extras. Afinal, os confortos do mundo atual, desde o funcionamento deste notebook que uso até os mais avançados equipamentos médicos, dependem de minérios escassos.
Desde as missões na Lua das décadas de 60 e 70, os Estados Unidos da América inspeciona as possibilidades de exploração de diferentes astros - entre luas, planetas e asteroides. A Nasa olha atualmente com grande interesse para asteroides como o 16 Psyche.
Em período mais recente, a China também demonstrou muito interesse em exploração espacial, já estudando as possibilidades de obtenção de minérios em asteroides.
Sou grande entusiasta da exploração de asteroides. Afinal, isso pode significar diminuir danos aos humanos e outras espécies animais. Com o avançar desse tipo de prática, também nos seria possível diminuir danos ambientais diversos, especialmente contra montanhas. Manteríamos nossa internet, computadores, tecnologias médicas, sem abrir mão de uma paisagem de montanha não escavada.
Estaremos ainda vivos quando uma máquina, tal como aquela imaginada no início deste texto, estiver explorando ouro de enormes asteroides?
Referências:
CORRÊA, Fernanda das Graças. FUSÃO NUCLEAR PARA EXPLORAÇÃO ESPACIAL: do lançamento e mineração à geração de energia e viagens interestelares. Revista da Escola Superior de Guerra, v. 38, n. 84, p. 105-129, 2023.
STEIN MAURO, Letícia. Panorama dos estudos atuais sobre a Mineração Espacial. TCC, Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Cachoeiro de Itapemirim, Engenharia de Minas, 2021.
Dell, que texto instigante!
ResponderExcluirA imagem da
escavadeira-robô cravada num asteroide solto pelo universo é quase poética mistura ficção científica com uma realidade que já começa a se desenhar. A maneira como você conecta tecnologia, geopolítica e sustentabilidade ambiental é certeira: explorar asteroides pode mesmo ser um passo necessário para equilibrar nossas necessidades com a preservação da Terra.
A pergunta final ficou ressoando: estaremos vivos para ver isso acontecer? Talvez não todos nós mas certamente já vivemos no tempo em que essa ideia deixou de ser loucura e virou planejamento estratégico. Continue escrevendo assim, com esse olhar que antecipa o futuro sem perder o pé na responsabilidade do presente. 👏
Abraço
Fernanda
Agradeço o comentário, Fernanda. É isso mesmo, já é algo que estamos vendo ser planejado e construído. Tomara que ainda em nosso tempo possamos ver notícias das primeiras explorações em asteroides.
ExcluirNossa! Muito interessante! Não sabia que pensavam em criar isso. Vou procurar mais coisas
ResponderExcluirQue ótimo que vai aprofundar as pesquisas! É um tema muito intrigante. E obrigado pelo comentário.
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